Executivos de concessionárias enxergam aumento significativo no número de clientes Off-Grid até 2021, mostra estudo da Accenture

Crescimento de demanda estagnada por eletricidade em curto prazo deve sofrer reviravolta depois de 2025, com maior eletrificação na área de transportes e de aquecimento

São Paulo, 5 de fevereiro de 2019

– A Accenture (NYSE: ACN) acaba de publicar novo estudo, que integra seu programa de pesquisa Digitally Enabled Grid, e revela que 95% dos executivos de concessionárias concordam que, ao longo dos próximos dois anos, os consumidores de energia elétrica irão optar cada vez mais pelo abastecimento off-grid e usar a rede apenas em situações de emergência.

A implantação de tecnologias de Geração Distribuída (GD), como placas solares em regiões de grande demanda, está crescendo a um ritmo superior à capacidade de construção de novas redes pelas concessionárias, segundo 95% dos 150 executivos entrevistados em 25 países, incluindo o Brasil. Na verdade, quase metade (48%) dos entrevistados afirma que parte de suas redes de abastecimento chegará à capacidade máxima em até três anos, enquanto apenas 1% acredita que isso levará mais de cinco anos.

A proporção de consumidores residenciais e comerciais usando energia solar fotovoltaica nos mercados analisados pode ultrapassar a marca de 15% até 2036 em algumas regiões, como a Califórnia. A tendência provavelmente continuará a afetar o crescimento da demanda líquida de eletricidade no futuro próximo.

O estudo também observa que o aumento da implantação de GD irá dificultar as operações das concessionárias, exigindo que as empresas do setor tomem medidas agora para evitar os gastos excessivos de reforço da rede necessários para administrar novos fluxos de energia da GD.

De acordo com a modelagem da Accenture, alguns mercados poderiam gerar uma economia de custos significativa para reforço de capital simplesmente por meio de uma melhor identificação das restrições locais na rede de distribuição. Um aumento de 10% na precisão das previsões da GD resultou em uma economia projetada de 15% a 28% em Nova York, 14% a 18% na Califórnia, 14% a 15% na Austrália e 11% a 12% no Reino Unido e na Holanda.

Na verdade, a integração da GD aparece como a segunda área de maior prioridade entre diferentes oportunidades de economia de custos e foi citada por 59% dos entrevistados como uma de suas cinco principais opções. A prioridade absoluta, segundo 61% dos entrevistados, é reduzir os custos unitários da cadeia de suprimentos por meio de previsões aprimoradas de materiais e solicitações de serviço.

"Os negócios de distribuição passaram por um período difícil nos últimos anos por causa da baixa demanda, uma das principais razões para a redução de lucros das operadoras de rede", explica Stephanie Jamison, diretora executiva da Accenture e líder da prática de Transmissão e Distribuição. "O aumento da GD muda o tipo de demanda por eletricidade e tem o potencial de diminuir a demanda total sem necessariamente reduzir a demanda de pico. Uma integração bem-sucedida da GD exigirá investimentos substanciais em novas conexões e reforços para modernizar a rede e manter o mesmo nível de confiança e segurança das operações".

A GD, ao mesmo tempo que representa um desafio para as empresas de distribuição, traz diversas oportunidades. Entre os entrevistados, 95% afirmam que a prestação de serviços de GD e de armazenamento será uma das principais áreas de crescimento de lucros para as empresas de distribuição depois de 2025. Mais da metade dos entrevistados em todo o mundo também identificou os seguintes ativos como uma oportunidade para seus negócios: GD em grande escala; armazenamento conectado à rede; "prosumidores" (produtor + consumidor) de GD em pequena escala; e armazenamento comunitário.

A eletrificação de transportes e de edifícios irá impulsionar o aumento da demanda por eletricidade após 2026

A modelagem da Accenture também prevê um crescimento potencial da demanda por eletricidade de até 31% entre os anos de 2026 e 2036, após um período de estagnação. O estudo e a modelagem atribuem, em parte, o crescimento ao impacto significativo dos veículos elétricos (VEs) e da eletrificação do aquecimento de edifícios no aumento da demanda, começando por volta de 2025.

Outro dado interessante é o aumento lento da porcentagem de veículos elétricos plug-in em relação ao número total de veículos: de 1% em 2019 para 3% até 2025, podendo chegar a 37% até 2040, liderada por ônibus municipais, scooters e pequenos veículos comerciais.

Essa tendência pode resultar em uma demanda significativa por eletricidade. De fato, embora se espere que o consumo de eletricidade dos VEs represente pouco mais de 1% da hora anual de pico de demanda até 2025, esse número deve aumentar até quase quatro vezes nos mercados analisados em 2040, chegando a 4%. Em alguns mercados, como França e Califórnia, as previsões para 2040 são até mais otimistas, chegando a 10% e 8%, respectivamente.

A descarbonização dos edifícios também deve aumentar a demanda por eletricidade em longo prazo, com 96% dos executivos de concessionárias concordando que esse processo reduzirá significativamente a demanda residencial e comercial por gás natural até 2040.

Apenas os efeitos combinados da eletrificação de transporte e de aquecimento poderiam elevar significativamente a demanda de pico, com os dados da Accenture sugerindo que o consumo médio de eletricidade no horário de pico poderia aumentar aproximadamente 63% em relação a 2016 em 2040.

“A adoção em massa de veículos elétricos e a eletrificação do aquecimento dos edifícios devem alterar o crescimento da demanda e o tipo de carga a longo prazo”, diz Stephanie Jamison. "Isso sugere alto potencial de crescimento para empresas de distribuição, mas pressionará a estabilidade da rede. O setor terá que aprender a lidar com essa disrupção, tornando a rede mais resiliente por meio de tecnologias inteligentes e de diferentes fontes de flexibilidade, inclusive no lado da demanda, adotando uma abordagem mais centrada no cliente”.

Metodologia

O estudo anual da Accenture Digitally Enabled Grid avalia as implicações e oportunidades de redes cada vez mais digitais. Para a edição mais recente, a Accenture entrevistou 150 executivos em níveis C-suite e de vice-presidência de concessionárias em 25 países: Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China (incluindo Macau e Hong Kong), Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, França, Holanda, Indonésia, Irlanda, Itália, Japão, Malásia, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, Singapura, Suécia, Suíça e Tailândia. A pesquisa quantitativa online foi realizada entre fevereiro e março de 2018. Além disso, a Accenture desenvolveu um modelo de impacto da demanda por eletricidade dividido por área geográfica a fim de quantificar a previsão do impacto horário combinado dos condutores individuais de demanda de eletricidade para uma amostra de 18 países (Alemanha, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, França, Holanda, Índia, Itália, Japão, México, Polônia, Reino Unido, Suécia e Suíça) e cinco dos estados mais populosos dos Estados Unidos (Califórnia, Texas, Flórida, Nova York e Illinois).

Sobre a Accenture

A Accenture é uma empresa líder global em serviços profissionais, com ampla atuação e oferta de soluções em estratégia de negócios, consultoria, digital, tecnologia e operações. Combinando experiência ímpar e competências especializadas em mais de 40 indústrias e todas as funções corporativas – e fortalecida pela maior rede de prestação de serviços no mundo – a Accenture trabalha na interseção de negócio e tecnologia para ajudar companhias a melhorar seu desempenho e criar valor sustentável para seus stakeholders. Com 469 mil profissionais atendendo a clientes em mais de 120 países, a Accenture impulsiona a inovação para aprimorar a maneira como o mundo vive e trabalha. Visite www.accenture.com.

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